Usando a Tribuna do Senado Federal, cobrei, na tarde de ontem, uma política agressiva do governo para extração de água do semi-árido nordestino. Lembrando a passagem do Dia Mundial da Água (no último dia 22), chamei a atenção para o fato de o semi-árido ter um potencial de extração de água da ordem de 20 bilhões de metros cúbicos por ano, embora até agora a extração esteja ainda inferior a um bilhão de metros cúbicos.
Tecnologia para perfurar poços nós temos (como exemplo citei Petrobrás e DNOCS), o que está faltando é determinação política . Todos os levantamentos que já foram feitos demonstram que o semi-árido brasileiro é rico em água de superfície e de sub-superfície. Se nós temos água em abundância, o que está faltando é uma agressiva política de armazenamento e de distribuição destas águas, uma política de poços e cisternas.
Aqui no país perfuramos cerca de 10 mil poços por ano, enquanto que nos EUA perfuram-se mais de 300 mil por ano. Citando os estudos do engenheiro Manoel Bomfim Ribeiro, especializado em Hidrologia e Geologia, lembrei que o mapa das águas subterrâneas da região Nordeste mostra que o semi-árido é uma ilha cercada de água doce por todos os lados.
Como exemplo citei o aqüífero Maranhão-Piauí que, sozinho, tem potencial hídrico acima de 100 m3 por segundo, com água suficiente para abastecer dois terços da população brasileira, não apenas nordestina.
Salientei o fato de que somente no semi-árido as reservas subterrâneas estão estimadas em 135 bilhões de metros cúbicos, “adormecidos em berço esplêndido" , água não utilizada, água plenamente disponível.
Já passou da hora de uma política determinada, bem definida, bem forte em função de superar a escassez de água, mudar o destino do nordestino de ter que sofrer com a seca ou viver na escassez. “O sofrimento da seca é uma criação do homem, não da natureza”.
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