Ao abordar hoje, na sessão do Congresso, a expansão da produção de uvas no semi-árido e, sua importância para a economia nacional e ganho de divisas para o país, voltei a dizer que é imperiosa e urgentíssima a revitalização do Rio São Francisco. É preciso deter o processo de desertificação e de extermínio da fauna, ao mesmo tempo em que se deve alcançar a emancipação hídrica da região, através de uma imensa rede de adutoras, que entrelace os açudes e assegure a mais racional distribuição de água, água esta, que já se encontra armazenada na região, seja nos açudes, seja no próprio sub-solo.
Com alguns investimentos para melhor aproveitamento da água existente em abundância, especialmente no sub-solo, o semi-árido tem tudo para despontar como um dos mais importantes celeiros nacionais de provisões, especialmente em um cenário mundial de escassez de alimentos. Em determinados itens, até como pólo internacional. Embora o sul do país continue liderando a produção de uva para vinho, nossa produção do eixo Petrolina/Juazeiro projetou-se como pólo internacional de uva de primeiríssima qualidade, uva de mesa, sem semente.
O Vale do Rio São Francisco é o único lugar do mundo com condições climáticas apropriadas e água suficiente para produzir duas safras e, ao mesmo tempo, ter colheita todos os dias do ano. Isso possibilita que os produtores direcionem sua produção para o mercado interno ou externo, podendo vender no que se chama de janelas de mercado, ou seja, épocas do ano em que oferta dos principais países produtores de uva é reduzida. E ainda temos um “plus” na produção, porque o clima seco favorece o controle de doenças, o que significa melhor desempenho produtivo e comercial em relação às demais regiões produtoras do país.
Até 1999 o Brasil era importador de uva de mesa, principalmente do Chile. De 2000 em diante passou a exportar uva de mesa para Europa, reconhecida pelos ingleses como de primeira qualidade. Em 2001 somente o Sub- Médio São Francisco foi responsável por U$ 20,4 milhões de exportação de uva, enquanto o Brasil obteve em suas exportações U$ 21,5 milhões. Portanto, a participação daquele pólo do São Francisco foi de 95%, além de provocar a geração de muitos empregos.
Tenho sistematicamente ido à tribuna do Senado para demonstrar minha preocupação permanente com o potencial, os recursos e as oportunidades que o semi-árido nordestino dispõe para se posicionar como um dos grandes pólos de desenvolvimento nacional. O Nordeste, com seus 42 milhões de habitantes, 26 milhões dos quais no semi-árido, não tem recebido toda a atenção que merece, mas apesar disso sempre que recebe alguma atenção, revela para todo mundo seu potencial quase milagroso.
O discurso completo pode ser acessado neste endereço:http://monkey.hostclass.com.br/~senadorv/pdf/upload/2161d7dfa7c2d68ead3440af8727e7e6.pdf
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