Ontem, Dia Mundial do Meio Ambiente, fui à tribuna cobrar uma atitude mais incisiva das autoridades em relação às políticas públicas de água e saneamento, especialmente nas regiões mais pobres do país, onde a falta ou a má qualidade de ambos resulta em vários tipos de doenças e morte, especialmente das crianças. Se não cuidarmos bem da água e dos alimentos, com toda certeza marcharemos para graves crises sociais, rebeliões por alimentos e guerras por água.
Dei ênfase ao trabalho do deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), publicado no site do partido, intitulado “Água, alimentos e energia: as perspectivas do Brasil”, dizendo concordar inteiramente com a tese de que é urgente o impulso do governo à produção de alimentos e, também, o apoio às alternativas energéticas limpas, como etanol, além da defesa do uso sustentável da água.
Argumentei que já assistimos a levantes populares em vários cantos do mundo por causa da inflação dos alimentos e disse que, na qualidade de homens públicos, temos que começar rapidamente a reagir. Voltei a abordar a necessidade de uma reforma tributária, que desonere a cesta básica, ao mesmo tempo em que dê apoio creditício e técnico ao pequeno e médio produtor rural.
Inclusive citei o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, que no Fórum Econômico Mundial, em janeiro deste ano, na Suíça, surpreendeu a todos que esperavam que ele falasse sobre economia global, falando da crise da água e sua crescente escassez, o que em seu entender pode agravar e iniciar conflitos, pois à medida em que a economia cresce, torna-se cada vez mais sedenta.
Os números mundiais a respeito são chocantes, pois a carência de água potável para mais de um bilhão de pessoas e, de saneamento para mais de 2,5 bilhões, torna-se uma devastadora crise humanitária. De acordo com a ONU, só a diarréia provocada por água contaminada e falta de saneamento mata quatro milhões de crianças, a cada ano.
No Brasil 10,2 milhões de domicílios não têm serviço de abastecimento de água e, 11,5 milhões não possuem coleta de esgoto ou fossa séptica. E a realidade do meu Nordeste não deixa margem à dúvidas: lá está o maior índice de mortalidade infantil, porque o Nordeste tem a menor proporção de domicílios com acesso à água tratada. E tudo ficará mais grave e desesperador se não tomarmos medidas já.
Acesse o discurso na íntegra neste endereço: http://monkey.hostclass.com.br/~senadorv/pdf/upload/4989b9590de55076288c7538f3f9e143.pdf
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