PRECISAMOS SEGUIR NOSSA CONSTITUIÇÃO CIDADÃ

Ao longo destes 20 anos a Constituição Brasileira sofreu muitas críticas, especialmente por ter um texto longo, cheio de especificidades. Mas ninguém pode contestar o fato de que ela é realmente uma carta cidadã, um leme para a reconstrução de nossa democracia, um marco na retomada dos direitos humanos. E mais do que isto: uma estratégia de desenvolvimento civilizador para se ter uma sociedade democrática, tecnologicamente avançada e ambientalmente planejada, com justa distribuição da riqueza, com igualdade de oportunidades e com um sistema de seguridade social de qualidade universal.
Neste domingo comemoramos os 20 anos de nossa Carta Magna. E coincidentemente tivemos nossas eleições no mesmo dia, quando aconteceu a escolha de vereadores e prefeitos, movimentando os 5.568 municípios brasileiros e 127,4 milhões de eleitores. Uma verdadeira festa cívica, um show de democracia. Lamentavelmente, porém, tivemos que contar com reforço de segurança, com soldados das forças armadas em 302 cidades de 12 estados.
O que isto nos leva a pensar? Que precisamos retomar a simbolismo da Constituição de 1988, não no que se refere a golpes e movimentos contra a ordem democrática estabelecida, porque nossa democracia formal está consolidada, mas porque não se pode tolerar a violência em qualquer de suas formas, seja ela imposta por grupos criminosos ou pela falta de condições básicas de sobrevivência, que fazem com que o cidadão comum possa votar, mas não possa ter qualidade de vida digna.
A coincidência da data de aniversário da Constituição, com as eleições, nos leva a pensar sobre a necessidade de se executar a estratégia de desenvolvimento para o Brasil prevista na nossa carta cidadã, que diz serem objetivos da república constituir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização, bem como as desigualdades sociais e regionais, promovendo o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Temos que trabalhar neste sentido, não podemos deixar a realidade derrotar a Constituição Cidadã.

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