IMPACTO DA CRISE NAS CANDIDATURAS

Há muitas especulações sobre os reflexos da crise nas próximas eleições. Mas penso que não afetará nenhuma candidatura, mesmo porque a sua resolução, uma vez que estamos num mundo globalizado, depende muito mais da conjuntura mundial do que da mudança de rumos na política nacional.
Acredito que essa crise seja antes de tudo um aprendizado para todos os políticos, principalmente para aqueles que pertencem à ala do quanto pior, melhor. Se alguém pretender alcançar alguma posição de destaque no cenário estadual ou nacional querendo explorar a crise em seu favor vai ser desmascarado e repudiado pelo eleitor. A crise que aí está, se continuar a ser combatida com os instrumentos de que dispõe o governo, terá impacto, sim, mas não a ponto de afetar possíveis candidaturas.
Nos Estados, durante a campanha eleitoral de 2010, os temas do interesse local por certo irão dominar os debates. Logicamente que o eleitorado vai querer saber, se a crise continuar, como deverão se comportar os candidatos, caso sejam eleitos, na apresentação de saídas para contornar as dificuldades.
Temos que reconhecer que o Serra governa o Estado mais poderoso do Brasil, já foi candidato a Presidente, tem um nome consolidado e uma boa imagem de administrador e de político sagaz. Dilma Roussef é uma estreante na política partidária, nunca se candidatou a cargo nenhum na sua vida. O seu nome está sendo citado no momento pela imprensa como uma possível candidata de Lula. Se houver um crescimento, como espero, porque se trata de uma mulher de fibra, valorosa e empreendedora, teremos uma disputa grandiosa, graças ao trabalho competente que ela realiza ao lado do Presidente, com quem se identifica.
Dilma, se tiver a candidatura confirmada e vier a ser eleita, será a segurança de que a bandeira do atual governo, onde predomina a preocupação com o social e com a infra-estrutura do país (PAC) vai continuar tremulando em favor do povo.
Todavia, considero que neste momento o foco principal de nossas preocupações deve ser o enfrentamento da crise, para garantirmos a estabilidade e assegurarmos o emprego. A antecipação do pleito, num momento de tanta incerteza, interessa apenas aos quem não têm compromisso com a população, e só estão preocupados em retomar o poder que perderam por incompetência política.

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