Na sessão especial do Senado, hoje pela manhã, que comemorou o Dia Internacional da Democracia, falei sobre a importância que tem para um povo a liberdade, o estado democrático. Muitos ainda apontam defeitos na democracia, mas ainda não se inventou qualquer outro regime de governo que dê ao cidadão tão amplo direito de opinião e de participação nos rumos de seu país.
A minha verdade e a de todos aqueles que defendem a liberdade, é a do governo inspirado na democracia, em um sistema em que o poder limita o próprio poder, sem prevalência de um sobre os demais, um regime no qual os representantes do povo respeitem seu mandato e sua conduta seja uma linha reta na direção do horizonte, de onde vão surgir raios de luz, mostrando exemplos de trabalho construtivo, da decência e do humanismo.
Para salvaguardar a democracia há necessidade de temermos os milagreiros e os messiânicos e repelir, com a força de nosso voto e o desprezo de nossas consciências, os que exploram a boa-fé do povo para em seu nome impor regimes discricionários, pelo uso aparente de instrumentos de consulta democrática e que, na prática, simbolizam golpes desferidos contra as instituições políticas e democráticas.
A democracia representativa tem como alicerces a vontade popular. Os mandatos podem ser revogados ou substituídos em eleições livres. Já a democracia só pode ser revogada pela força das armas, ou pelo populismo irresponsável, que impõe ao cidadão a perda de sua liberdade.
Referindo-me à famosa frase do primeiro-ministro inglês, Winston Churchill, segundo a qual “a democracia é a pior de todas as formas imagináveis de governo, com a exceção de todas as demais que já experimentamos”, ressaltei a importância da preservação de um regime de liberdade. Ele (Churchill) quis dizer, em sua ironia, que, por pior que seja o regime democrático, ninguém conseguiu nem conseguirá um sistema melhor, que assinale como um povo deve organizar um governo e traçar seu próprio destino.
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