Muita gente vem adoecendo, de doenças crônicas, às vezes incuráveis, simplesmente pelo inadvertido descuido em relação às fibras na alimentação. Uma das coisas mais comuns hoje em dia é constatar que a dieta das pessoas é muito pobre em fibras. E que muita gente sequer sabe o que é uma dieta pobre ou rica em fibras. Até bem pouco tempo atrás, quase nada se sabia sobre a importância capital das fibras vegetais na alimentação. A medicina só veio a tomar conhecimento a sério, do farelo dos cereais, da parte fibrosa das hortaliças, da polpa das frutas, cutícula dos cereais, da parte fibrosa das raízes, em suma, das fibras para a saúde, há algumas gerações.
É da maior importância a divulgação médica das informações a respeito das fibras, é essencial chamar a atenção para aquela parte dos alimentos que não se costumava dar importância, mas que, se não estiver presente na nossa alimentação o resultado, no médio prazo, pode ser a deflagração de uma série de doenças, algumas delas incuráveis, a maioria delas, crônicas.
A dieta típica do brasileiro, sobretudo da grande maioria que consegue ter acesso razoável aos alimentos, às feiras, continua sendo aquela do arroz branco, fritas, carne em excesso, farinhas brancas, doces de todo tipo, refrigerante, álcool regular, feijão e quase nada de salada e quanto às frutas se resumem a acompanhamento tópico.
Segundo o dr. José Fernandes Pontes, do Instituto de Gastrenterologia de S.Paulo, o brasileiro médio só consome 5 gramas de fibras por dia. Necessitaria de pelo menos sete vezes mais. Esta é a origem de tantos males provocados por uma dieta pobre em fibras.
A causa desse problema: primeiro, a maioria das pessoas não faz idéia clara do que são, qual a importância e onde estão as fibras nos alimentos; segundo, a maioria dos alimentos usados no dia-a-dia das pessoas que chegam a ter acesso a uma alimentação razoável são processados, industrializados, possuem baixo teor de fibra. Esses são os fatos. Isso sem mencionarmos o mais cruel de todos eles que é a pobreza, o baixo poder aquisitivo da maior parte da população, pressionada por privações sociais, estas sempre associadas às deficiências culturais e de informações adequadas.
Em consequência dessa deficiência quase geral, muitas dessas pessoas terminam padecendo de hemorróida, varizes, apendicite, diverticulite, obesidade, prisão de ventre e de outras doenças (intestino, doenças do coração e até de certos tipos de câncer).
A prisão de ventre, que é uma das primeiras consequênciada dieta pobre em fibras, vem-se tornando num dos males do nosso tempo e, por sua vez, leva a alterações na circulação e na qualidade do sangue, sendo – por essa via - responsável por inúmeras outras doenças que, aparentemente não têm a ver com esse problema ou com a carência de fibras na alimentação cotidiana.
Dr Gilson Dantas
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