A maioria da população norte-americana segundo o médico Ray Strand praticamente não consome vegetal cru; ao contrário, o “vegetal” batata frita tem todo destaque na alimentação do dia a dia, principalmente de rua. O consumo de frutas in natura também é fraquíssimo.
Um dos efeitos dessa deformação alimentar, está na estimativa do dr. Strand de que quase 50% da população norte-americana se encontra acima do peso, são gordos ou quase gordos. E as estatísticas mostram: diabetes tem crescido quase como uma epidemia naquele país.
O outro lado da questão é que pelo menos boa parte dos alimentos consumidos naquele país são de alto nível glicêmico, pão branco, bolachas idem, farinhas refinadas, arroz branco, doces. Em outras palavras: trata-se de alimentos que quando são consumidos transformam-se rapidamente em açúcar e, por essa via, tendem a cansar o pâncreas.
A alimentação dos norte-americanos, de uma maneira geral é, portanto, rica em carboidratos embora pobre em fibras – rica em carboidratos refinados que inundam rapidamente o sangue com açúcar. E, de uma maneira geral, pobre em fitoquímicos naturais, em certos minerais e vitaminas. Do ponto de vista dietético o Brasil vem copiando também esse aspecto da cultura norte-americana.
Falta, entre nós, políticas públicas na direção contrária, no sentido de uma verdadeira reeducação alimentar e, no nosso caso, mais ainda de inclusão alimentar (a maioria do país sequer tem recursos para uma alimentação decente). Sem uma profunda mudança na nossa dieta dificilmente mudaremos o perfil das doenças de massa. Nem nós e nem os norte-americanos. Essa agenda deve mudar.
Gilson Dantas, Médico, Brasília/DF
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