Gilson Dantas, médico, Brasília, DF
Com muita freqüência, o tomate mais bonito da feira é o que contém mais agroquímicos. E também o alface e a couve das folhas mais vistosas terminam sendo os mais ricos em agrotóxicos ou então são cultivados em enriquecidos com aditivos químicos (“fertilizantes” quimicamente nocivos). É preciso não se deixar enganar.
É certo que muitas vezes você não tem opção e tem que terminar comprando aquele tomate ou alface. Mas não se submeta; procure informar-se e também ficar mais atento: atualmente há mais poucas informações circulando que advertem para o problema: aquela aparente beleza, em vez de significar riqueza em nutrientes, pode ser resultado do uso de agrotóxicos ou de adubos quimicamente nocivos, boa parte deles proibidos nos países de origem e liberados em países como o Brasil, de legislação mais liberal.
As hortaliças orgânicas, por outro lado, são mais ricas em nutrientes – e sem adição de venenos – porque dependem de um solo naturalmente rico ou que é fertilizado por adubação orgânica (sem venenos químicos).A concentração em nutrientes destas hortaliças depende da riqueza do solo e não de aditivos químicos. No caso delas, a proteção contra pragas também é conseguida através de mais saúde para o solo (daí a planta se protege melhor) e do uso de produtos que não são quimicamente ativos contra nosso corpo.
Na agricultura orgânica (entendido o “orgânico” como o produto que não contém aditivos químicos ou agrotóxicos) procura-se menor agressão contra o ambiente e contra nosso organismo. Existe um projeto de lei do senador Valadares defendendo a agricultura orgânica.
É necessário lutar por essa agricultura que vem crescendo em todo o mundo. É preciso lutar para que ela se torne mais barata, é preciso condenar o uso de venenos e agroquímicos que depois produzem doenças inclusive neurológicas (caso dos pesticidas organofosforados), é necessário abrir uma frente de defesa do produto orgânico na nossa alimentação. E uma frente de combate político, agronômico, social para que os nossos alimentos deixem de receber semelhante quantidade de produtos químicos, pesticidas, herbicidas, pseudo-fertilizantes e possam tornar-se a opção para uma saúde melhor e mais auto-sustentada. De forma que quem comprar uma hortaliça procurando melhorar seus hábitos não termine comprando gato por lebre.
Brasília, 20/11/09
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