Durante a sabatina do candidato a embaixador do Brasil nos EUA, Mauro Luiz Lecker Vieira, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), hoje pela manhã, fiz severas críticas à postura dos EUA em relação a algumas de nossas exportações.
Disse a Lecker Vieira que os EUA têm um comportamento interesseiro no comércio bilateral com o Brasil quanto às exportações de algodão e de suco de laranja congelado. E, ironicamente, nossos produtores é que são acusados da “dumping”.
Sinceramente espero uma mudança de conduta do governo daquele pais, que se mostra vingativa, porque a Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou o Brasil a retaliar os EUA e a requerer ressarcimento pelos prejuízos dos produtores brasileiros de algodão nas exportações. Foram pedidos R$ 2,4 bilhões pela queda de competitividade provocada pelos subsídios aos produtores americanos. Mas a OMC só repassou ao Brasil U$ 300 milhões.
Entretanto frisei que é muito forte a relação comercial com os EUA. E precisamente por isto é que não poderia ser prejudicada com as batalhas do algodão e do suco de laranja. De acordo com dados oficiais que obtive, o comércio entre os dois países teve um incremento de 21% e obteve um recorde histórico em 2008, com um montante de U$ 53 bilhões.
A exportação de suco de laranja congelado para os EUA era uma tradição e agora se vê prejudicada com a acusação de “dumping”. Apesar de ter havido uma queda nas vendas externas para aquele país, ainda assim elas representam 20% do total das exportações brasileiras, que lideram o ranking mundial no comércio exterior de suco de laranja. O segundo maior comprador de suco do Brasil é o Mercado Comum Europeu (MCE), com 60%.
E não me privei de dizer que a postura em relação aos produtores de algodão, com subsídios indevidos e reconhecidos como tal pela OMC, deve-se ao fato de os grandes produtores serem os financiadores do presidente Barack Obama.
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