COMBATE À CORRUPÇÃO NECESSITA DE MUDANÇAS NO FINANCIAMENTO DE CAMPANHAS

Não é de hoje que tenho proposto uma reforma política profunda, especialmente alterações que levem ao aperfeiçoamento do sistema de custeio das campanhas eleitorais. Defendo o financiamento público de campanha, o "recall" - que é o direito do cidadão arrepender-se de seu voto e poder revogá-lo diante de um comportamento anti-ético do político que escolheu - entre outras mudanças. Creio que essas alternativas seriam importantes no combate à corrupção e nos levariam a uma democracia mais fortalecida.

  Acho que há um grande clamor da sociedade por um novo comportamento político e não podemos continuar surdos a este apelo. Deste pensamento também participa o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, conforme podemos ver em suas declarações publicadas hoje pela Agência Brasil:

Gilmar Mendes defende mudanças no financiamento de campanhas eleitorais

Juliana Andrade

Goiânia - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse hoje (4) que denúncias de corrupção, como as investigadas pela Operação Caixa de Pandora no Distrito Federal, revelam “mazelas” do sistema político e mostram a necessidade de mudanças no financiamento de campanhas eleitorais.


“Isso é preocupante porque pode afetar a legitimidade do sistema político, [despertar] a dúvida do cidadão em relação à seriedade do processo democrático”, disse Mendes após participar de cerimônia no Tribunal de Justiça de Goiás.

O presidente do STF afirmou que o sistema político precisa de mudanças para evitar a corrupção, principalmente em relação ao pagamento de campanhas eleitorais.

“No que diz respeito ao financiamento de campanhas, temos que ser mais enfáticos no que concerne a mudanças, reformas. Esse modelo de financiamento exclusivamente privado e captado pelos candidatos ou envolvidos é propiciador desse modelo [de corrupção]. Precisamos refletir sobre esse assunto.”

Mendes disse que, desde os casos de corrupção no governo do ex-presidente Fernando Collor, o sistema político do país tem passado por sucessivas crises.

“A toda hora, desde 1990, quando tivemos a crise do Collor e do PC Farias [Paulo César Farias, tesoureiro da campanha de Collor], o Brasil tem tido reincidências. Depois tivemos o caso do mensalão, aquela crise na Comissão do Orçamento. Há sucessivas crises nessa área”, citou.

Segundo Mendes, além de mudanças na lei, “é preciso que se introduza uma nova cultura”, assim como melhorar a fiscalização.








 
 

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