Transcrevo aqui em meu blog, entrevista que concedi ao jornalista Jozailto Lima, publicada esta semana pelo jornal Cinform, de Aracaju (SE), sobre o processo sucessório.
“Não impomos nada a Déda. Só que não sejamos descartáveis”
Jozailto Lima
Mineiro. Articulado e articulador inalcançável. Sagaz e, enfim e paradoxalmente, indefinível. Indefinível pelo menos plenamente. Mas ele está sempre aí. E assim que parcialmente pode ser classificado o senador Antonio Carlos Valadares, comandante do PSB. Agora quando todos parecem inflamados para se acomodar sob o guarda chuva de Marcelo Déda, na sucessão, ele e o PSB entram em cena como parte de um arsenal de um disse-me-disse.
Usando da sagacidade boa, Valadares tira tudo de letra. “Acostumei-me na vida política, inclusive com os companheiros do PT, a não esconder quando não me sinto confortável. E isso não é colocar o pé no pescoço de alguém, quanto mais no do governador Marcelo Déda, por quem nutro o maior apreço”, diz ele. Veja o que mais ele fala nesta entrevista.
Cinform – Senador, o senhor acha que está excedendo, politicamente, quando reivindica as manutenções das candidaturas sua, de Belivaldo como vice e a do seu filho à reeleição de federal no grupo de Déda?
ACV – Para chegarmos até aqui, a nossa caminhada foi longa e difícil. Junto com as forças de oposição, para alcançar a mudança e a renovação nos quadros políticos do Estado, o PSB preferiu manter o seu ideal, renunciando voluntariamente aos encantos e tentações que o poder oferece. A nossa caminhada não foi simplesmente uma mudança de lado, foi uma mudança de concepção, filosofia política, rumos e idéias. Só chegamos ao governo com Déda, depois de quase 16 anos, lutando na mesma trincheira. Ajudamos a construir um novo governo dando a nossa contribuição efetiva. Vencemos, e o nosso partido alcançou uma posição eleitoral destacada contando com o povo. Fomos valorizados e reconhecidos pelo eleitorado como uma força confiável. Por isso, elegemos não apenas um deputado federal e um vice-governador, também elegemos dois deputados estaduais, 10 prefeitos, 16 vice-prefeitos e 89 vereadores. O oportunismo nem a intransigência nunca foram a nossa arte. Foi seguindo um projeto coerente, recebendo o voto do povo, e a confiança dos aliados, que conquistamos todos esses espaços. Disso nenhum sergipano tem dúvidas. Por duas vezes consecutivas fui eleito Senador sempre como o mais votado. Todos os companheiros do PSB assumiram mandatos eletivos pelo sufrágio livre e secreto. No entanto, alguns entendem que o PSB agora tem que escolher. Eu pergunto: os outros partidos por acaso estão de braços cruzados e vão se conformar de continuarem do mesmo tamanho ou que sejam obrigados a encolher? Compreendo que Marcelo Déda deverá disputar um pleito em que o seu principal adversário dará tudo de si para virar o jogo, o que é normal. Todos têm que dar a sua parcela, se quisermos a vitória. Não queremos impor nada. Apenas que sejamos reconhecidos como parceiros, e que nunca que nos tenham como aliados descartáveis.
Cinform – Mas qual é a comparação que o senhor estabelece entre seu pleito de espaços para com o que está sendo pleiteado pelos demais partidos da base política de Déda, como PT, PDT, PMDB?
ACV - Em primeiro lugar considero legítimo que cada partido reivindique seu espaço político. É uma prática saudável da democracia. Contudo, todas as pretensões que se relacionarem com o voto, mesmos justas, terão que ser aprovadas por um juiz que detém o poder soberano de escolha, que é o povo.
Cinform – O senhor acha que Déda não foi ‘cordial’ na forma como tratou de pedir ‘o afastamento’ de Belivaldo Chagas para ficar livre na composição do vice?
ACV - O governador, como todos sabem, passou por momentos difíceis do ponto de vista de sua saúde. Felizmente está praticamente recuperado e tem um grande futuro pela frente. É possível que naquele momento, quando de sua primeira reunião com os seus aliados no Conselho Político, fosse melhor não ter tocado na sucessão. Na sua ausência as ambições afloraram e cresceram, uma articulação silenciosa e eficiente se formou em torno de algumas questões políticas. Havia muitas dúvidas a serem perscrutadas. As ambições naturais tinham que ser pesadas e medidas. As pesquisas apontavam uma acirrada disputa para o governo. Talvez fosse adequado fazer como o “velho marinheiro que durante o nevoeiro leva o barco devagar”, na canção de Paulinho da Viola. No entanto ali, sem uma pauta anteriormente definida, começava a temporada sucessória. Se renúncias haviam de ser feitas que elas fossem discutidas individualmente com cada partido para depois serem objeto de conhecimento do colegiado. Algum partido que fosse obrigado a ceder, como ficou claro ao PSB, teria que ser chamado antes para uma conversa. Infelizmente faltou esse diálogo, principalmente com o vice Belivaldo que havia ocupado o governo por três meses, na mais longa interinidade que conheço em Sergipe desde os primórdios de minha vida.
Afinal, o governador Déda não é só um grande orador. Quando pratica a sua capacidade de diálogo, que lhe escapa às vezes pelas inúmeras ocupações do cargo, não há quem o supere.
Portanto, ninguém pediu o afastamento de Belivaldo do posto que ocupa. Até o último dia do seu mandato ele será o substituto legal do governador Déda e continuará a exercer o seu papel com dignidade e espírito público. O que houve realmente foi que na última reunião do Conselho Político o cargo de vice, que é o objeto do desejo de alguns, foi colocado, na presença de todos, como substituível na chapa majoritária a ser formada, sem um prévio aviso ao detentor do cargo e ao PSB que o havia indicado nas eleições passadas.
Cinform – O senhor acha que Belivaldo meteu os pés pelas mãos nos 100 dias em que foi governador e que isso poderia ter ‘assustado’ Déda?
ACV - Áulicos do governo que todo o mundo conhece e que não têm qualquer importância política, tentaram de todas as formas fabricar intrigas contra Belivaldo porque ele recebia em audiência todas as lideranças e despachava normalmente com o secretariado. Como sempre foi de seu feitio, recebia a todos sem distinção no Palácio do governo. Sempre conheci Belivaldo desse jeito, procurando receber a quem o procurava. Desde que essa sua maneira de ser não comprometesse o governo, nem as finanças do Estado, como de fato não comprometeu, que mal há nisso? A interinidade de Belivaldo como governador foi um marco na política do governo Déda. O governo continuou funcionando normalmente, e todos sentiram que havia ali alguém capaz de impulsionar a máquina administrativa sem descurar de sua atenção em não ultrapassar os limites de sua missão temporária. Belivaldo foi elogiado por todos, e, no final, quando da entrega do bastão ao governador Marcelo Déda recebeu dele um beijo de agradecimento.
Cinform – O senhor, como líder do grupo, recebeu qualquer tipo de ponderação de Déda a propósito da montagem de chapa?
ACV – Até o presente momento nenhuma ponderação me foi dirigida a esse respeito. Contudo, não só o meu partido, como os demais que fazem parte do nosso bloco, aguardam o convite do governador para um conversa. Da minha parte não há problema que não possa ser discutido. Quem traça a agenda e a pauta é o governador.
Cinform – Por que o senhor tem manifestado uma certa frieza, e até crítica, em relação aos objetivos do Conselho Político do Governo Marcelo Déda?
ACV – Sou um político que costuma respeitar as lideranças políticas e estabelecer uma boa convivência com todos os partidos. O PT que é o nosso principal aliado, e que ao longo dos anos me foi fiel em uma candidatura ao governo (1998) e em duas ao Senado (1994 e 2002), merece a minha consideração e o meu agradecimento. Com os demais em tantas outras oportunidades estivemos juntos lutando por uma mesma causa. Por que então eu iria depreciá-los? O que eu pondero é que pelo menos com relação à certas definições da política, até para evitar constrangimentos, onde cada um tem a sua pretensão a ser resolvida, que haja um diálogo antecipado com cada partido em particular, uma articulação política para convencer sobre o que pode e o que não pode. Na política, resolver algumas questões em conversas coletivas, só gera desarmonia.
Cinform – É errado achar que o senhor está botando o pé no pescoço do governador Marcelo Déda?
ACV – É erradíssimo. Acostumei-me na vida política, inclusive com os companheiros do PT, a não esconder quando não me sinto confortável. E isso não é colocar o pé no pescoço de alguém, quanto mais no do governador, por quem nutro o maior apreço. Até agora não proferi nenhuma palavra que pudesse ser interpretada como ameaça. Sou afirmativo e ao mesmo tempo discreto, porém jamais disse que romperia caso as nossas pretensões não sejam atendidas. Acho apenas, que apoio incondicional, sem ser ouvido nem considerado, é obra de quem não tem nada a oferecer. E deprecia a liderança que o aceitar.
Cinform – Qual a justificativa que o senhor teria para estar tão bem cotado ao governo e Belivaldo ficar numa posição periférica, segundo a Dataform, na indicação para permanecer vice?
ACV – O cargo de vice é originário de uma articulação política. O indicado deve inspirar confiança, o que é essencial ao exercício de função tão estratégica. Um vice ambicioso e imprevisível pode estragar qualquer projeto político. As credenciais são a conduta ética, a lealdade, a competência e a experiência ou a vivência política. Todas essas qualidades Belivaldo possui. A sua carreira política é pontuada de coragem e dedicação. É só lembrar a sua atuação na Assembléia como líder das oposições, como secretário de Estado no meu governo, e a sua presença marcante no atual governo, como um vice discreto, que sabe dar conta do recado ao ser convocado para as missões que lhe forem delegadas, fazendo tudo que lhe compete sem atrapalhar os planos do titular.
Cinform – O senhor se vê eventualmente fora do agrupamento de Marcelo Déda nesse processo sucessório?
ACV – Quanto ao processo sucessório que deve ser conduzido naturalmente por Déda, não tenho dúvidas de que chegará a um bom termo. Não pretendo jogar fora, assim de repente, uma luta de sacrifícios e de renúncias depois de tantos anos juntos. Não gosto da palavra intransigência, que há muito tempo retirei do meu vocabulário.
“Não impomos nada a Déda. Só que não sejamos descartáveis”
Jozailto Lima
Mineiro. Articulado e articulador inalcançável. Sagaz e, enfim e paradoxalmente, indefinível. Indefinível pelo menos plenamente. Mas ele está sempre aí. E assim que parcialmente pode ser classificado o senador Antonio Carlos Valadares, comandante do PSB. Agora quando todos parecem inflamados para se acomodar sob o guarda chuva de Marcelo Déda, na sucessão, ele e o PSB entram em cena como parte de um arsenal de um disse-me-disse.
Usando da sagacidade boa, Valadares tira tudo de letra. “Acostumei-me na vida política, inclusive com os companheiros do PT, a não esconder quando não me sinto confortável. E isso não é colocar o pé no pescoço de alguém, quanto mais no do governador Marcelo Déda, por quem nutro o maior apreço”, diz ele. Veja o que mais ele fala nesta entrevista.
Cinform – Senador, o senhor acha que está excedendo, politicamente, quando reivindica as manutenções das candidaturas sua, de Belivaldo como vice e a do seu filho à reeleição de federal no grupo de Déda?
ACV – Para chegarmos até aqui, a nossa caminhada foi longa e difícil. Junto com as forças de oposição, para alcançar a mudança e a renovação nos quadros políticos do Estado, o PSB preferiu manter o seu ideal, renunciando voluntariamente aos encantos e tentações que o poder oferece. A nossa caminhada não foi simplesmente uma mudança de lado, foi uma mudança de concepção, filosofia política, rumos e idéias. Só chegamos ao governo com Déda, depois de quase 16 anos, lutando na mesma trincheira. Ajudamos a construir um novo governo dando a nossa contribuição efetiva. Vencemos, e o nosso partido alcançou uma posição eleitoral destacada contando com o povo. Fomos valorizados e reconhecidos pelo eleitorado como uma força confiável. Por isso, elegemos não apenas um deputado federal e um vice-governador, também elegemos dois deputados estaduais, 10 prefeitos, 16 vice-prefeitos e 89 vereadores. O oportunismo nem a intransigência nunca foram a nossa arte. Foi seguindo um projeto coerente, recebendo o voto do povo, e a confiança dos aliados, que conquistamos todos esses espaços. Disso nenhum sergipano tem dúvidas. Por duas vezes consecutivas fui eleito Senador sempre como o mais votado. Todos os companheiros do PSB assumiram mandatos eletivos pelo sufrágio livre e secreto. No entanto, alguns entendem que o PSB agora tem que escolher. Eu pergunto: os outros partidos por acaso estão de braços cruzados e vão se conformar de continuarem do mesmo tamanho ou que sejam obrigados a encolher? Compreendo que Marcelo Déda deverá disputar um pleito em que o seu principal adversário dará tudo de si para virar o jogo, o que é normal. Todos têm que dar a sua parcela, se quisermos a vitória. Não queremos impor nada. Apenas que sejamos reconhecidos como parceiros, e que nunca que nos tenham como aliados descartáveis.
Cinform – Mas qual é a comparação que o senhor estabelece entre seu pleito de espaços para com o que está sendo pleiteado pelos demais partidos da base política de Déda, como PT, PDT, PMDB?
ACV - Em primeiro lugar considero legítimo que cada partido reivindique seu espaço político. É uma prática saudável da democracia. Contudo, todas as pretensões que se relacionarem com o voto, mesmos justas, terão que ser aprovadas por um juiz que detém o poder soberano de escolha, que é o povo.
Cinform – O senhor acha que Déda não foi ‘cordial’ na forma como tratou de pedir ‘o afastamento’ de Belivaldo Chagas para ficar livre na composição do vice?
ACV - O governador, como todos sabem, passou por momentos difíceis do ponto de vista de sua saúde. Felizmente está praticamente recuperado e tem um grande futuro pela frente. É possível que naquele momento, quando de sua primeira reunião com os seus aliados no Conselho Político, fosse melhor não ter tocado na sucessão. Na sua ausência as ambições afloraram e cresceram, uma articulação silenciosa e eficiente se formou em torno de algumas questões políticas. Havia muitas dúvidas a serem perscrutadas. As ambições naturais tinham que ser pesadas e medidas. As pesquisas apontavam uma acirrada disputa para o governo. Talvez fosse adequado fazer como o “velho marinheiro que durante o nevoeiro leva o barco devagar”, na canção de Paulinho da Viola. No entanto ali, sem uma pauta anteriormente definida, começava a temporada sucessória. Se renúncias haviam de ser feitas que elas fossem discutidas individualmente com cada partido para depois serem objeto de conhecimento do colegiado. Algum partido que fosse obrigado a ceder, como ficou claro ao PSB, teria que ser chamado antes para uma conversa. Infelizmente faltou esse diálogo, principalmente com o vice Belivaldo que havia ocupado o governo por três meses, na mais longa interinidade que conheço em Sergipe desde os primórdios de minha vida.
Afinal, o governador Déda não é só um grande orador. Quando pratica a sua capacidade de diálogo, que lhe escapa às vezes pelas inúmeras ocupações do cargo, não há quem o supere.
Portanto, ninguém pediu o afastamento de Belivaldo do posto que ocupa. Até o último dia do seu mandato ele será o substituto legal do governador Déda e continuará a exercer o seu papel com dignidade e espírito público. O que houve realmente foi que na última reunião do Conselho Político o cargo de vice, que é o objeto do desejo de alguns, foi colocado, na presença de todos, como substituível na chapa majoritária a ser formada, sem um prévio aviso ao detentor do cargo e ao PSB que o havia indicado nas eleições passadas.
Cinform – O senhor acha que Belivaldo meteu os pés pelas mãos nos 100 dias em que foi governador e que isso poderia ter ‘assustado’ Déda?
ACV - Áulicos do governo que todo o mundo conhece e que não têm qualquer importância política, tentaram de todas as formas fabricar intrigas contra Belivaldo porque ele recebia em audiência todas as lideranças e despachava normalmente com o secretariado. Como sempre foi de seu feitio, recebia a todos sem distinção no Palácio do governo. Sempre conheci Belivaldo desse jeito, procurando receber a quem o procurava. Desde que essa sua maneira de ser não comprometesse o governo, nem as finanças do Estado, como de fato não comprometeu, que mal há nisso? A interinidade de Belivaldo como governador foi um marco na política do governo Déda. O governo continuou funcionando normalmente, e todos sentiram que havia ali alguém capaz de impulsionar a máquina administrativa sem descurar de sua atenção em não ultrapassar os limites de sua missão temporária. Belivaldo foi elogiado por todos, e, no final, quando da entrega do bastão ao governador Marcelo Déda recebeu dele um beijo de agradecimento.
Cinform – O senhor, como líder do grupo, recebeu qualquer tipo de ponderação de Déda a propósito da montagem de chapa?
ACV – Até o presente momento nenhuma ponderação me foi dirigida a esse respeito. Contudo, não só o meu partido, como os demais que fazem parte do nosso bloco, aguardam o convite do governador para um conversa. Da minha parte não há problema que não possa ser discutido. Quem traça a agenda e a pauta é o governador.
Cinform – Por que o senhor tem manifestado uma certa frieza, e até crítica, em relação aos objetivos do Conselho Político do Governo Marcelo Déda?
ACV – Sou um político que costuma respeitar as lideranças políticas e estabelecer uma boa convivência com todos os partidos. O PT que é o nosso principal aliado, e que ao longo dos anos me foi fiel em uma candidatura ao governo (1998) e em duas ao Senado (1994 e 2002), merece a minha consideração e o meu agradecimento. Com os demais em tantas outras oportunidades estivemos juntos lutando por uma mesma causa. Por que então eu iria depreciá-los? O que eu pondero é que pelo menos com relação à certas definições da política, até para evitar constrangimentos, onde cada um tem a sua pretensão a ser resolvida, que haja um diálogo antecipado com cada partido em particular, uma articulação política para convencer sobre o que pode e o que não pode. Na política, resolver algumas questões em conversas coletivas, só gera desarmonia.
Cinform – É errado achar que o senhor está botando o pé no pescoço do governador Marcelo Déda?
ACV – É erradíssimo. Acostumei-me na vida política, inclusive com os companheiros do PT, a não esconder quando não me sinto confortável. E isso não é colocar o pé no pescoço de alguém, quanto mais no do governador, por quem nutro o maior apreço. Até agora não proferi nenhuma palavra que pudesse ser interpretada como ameaça. Sou afirmativo e ao mesmo tempo discreto, porém jamais disse que romperia caso as nossas pretensões não sejam atendidas. Acho apenas, que apoio incondicional, sem ser ouvido nem considerado, é obra de quem não tem nada a oferecer. E deprecia a liderança que o aceitar.
Cinform – Qual a justificativa que o senhor teria para estar tão bem cotado ao governo e Belivaldo ficar numa posição periférica, segundo a Dataform, na indicação para permanecer vice?
ACV – O cargo de vice é originário de uma articulação política. O indicado deve inspirar confiança, o que é essencial ao exercício de função tão estratégica. Um vice ambicioso e imprevisível pode estragar qualquer projeto político. As credenciais são a conduta ética, a lealdade, a competência e a experiência ou a vivência política. Todas essas qualidades Belivaldo possui. A sua carreira política é pontuada de coragem e dedicação. É só lembrar a sua atuação na Assembléia como líder das oposições, como secretário de Estado no meu governo, e a sua presença marcante no atual governo, como um vice discreto, que sabe dar conta do recado ao ser convocado para as missões que lhe forem delegadas, fazendo tudo que lhe compete sem atrapalhar os planos do titular.
Cinform – O senhor se vê eventualmente fora do agrupamento de Marcelo Déda nesse processo sucessório?
ACV – Quanto ao processo sucessório que deve ser conduzido naturalmente por Déda, não tenho dúvidas de que chegará a um bom termo. Não pretendo jogar fora, assim de repente, uma luta de sacrifícios e de renúncias depois de tantos anos juntos. Não gosto da palavra intransigência, que há muito tempo retirei do meu vocabulário.
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