SOBRETAXAS A PRODUTOS DOS EUA TÊM TODO MEU APOIO

Tem todo o meu apoio a decisão do governo Lula de sobretaxar por 30 dias, a partir do próximo dia 7 de abril, um total de 102 produtos que são regularmente importados dos EUA, porque o Brasil demonstrou ilimitada paciência em todos esses anos em que os EUA impuseram pesadas sobretaxas sobre nós, prejudicando nossos produtores de laranja e de algodão, entre outros, e desobedecendo as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). 

Há alguns dias, inclusive, postei matéria em meu blog, para a qual dei o título: "quando argumentar não resolve, o remédio é dar o troco", em apoio à anunciada decisão de sobretaxar produtos que os EUA nos exportam. E em outras ocasiões já disse no plenário do Senado, que por sermos o maior exportador de suco de laranja do mundo e um dos maiores produtores internacionais da fruta, não aceitamos pressões de uma grande potência. Potência esta que “exportou” a crise de seu sistema hipotecário para o resto do mundo e até hoje não teve qualquer atitude de compensação para os danos causados a outros países, especialmente aos subdesenvolvidos e aos que estão em processo de desenvolvimento.

  Entendo que a tentativa de prejudicar os concorrentes com venda de produtos a preços mais baixos que os custos (dumping) deve ser sempre combatida. E por causa desta estratégia maléfica por parte dos EUA, os produtores nacionais de algodão também vinham sendo prejudicados ano após ano pelos subsídios que o governo norte-americano concede aos seus produtores de algodão, tornando o seu produto o mais barato do mercado mundial.

  Por oito anos, no fórum competente da OMC o Brasil pleiteou e há quatro anos ganhou o direito de resposta frente à manobra desleal do governo norte-americano de subsidiar seus produtores de algodão. E o nosso governo iniciou ontem a segunda fase de retaliação aos EUA autorizada pela OMC e, pela primeira vez, vamos reagir concretamente, tudo dentro das leis internacionais de comércio.

Por isso faço coro com o presidente Lula que recentemente cobrou respeito dos norte-americanos aos países economicamente menores e às regras comerciais internacionais e apóio inteiramente sua atitude de sobretaxar os produtos que importamos dos EUA.

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