Se pensamos em como obter antioxidantes, como reforçar nossas as reservas antioxidativas do organismo é crucial garantir uma alimentação que fortaleça a capacidade de reação do organismo aos radicais livres, mas por outro lado, nem a alimentação e nem as pílulas de antioxidantes substituem os cuidados com aqueles chamados “fatores externos”, muitos dos quais – caso do estresse e poluição ambiental e no trabalho, além dos agrotóxicos - precisam ser combatidos em escala social e de políticas de governo.
O estresse derivado das condições de trabalho é crítico para a maioria das pessoas: aqui elas acumulam tensões, ansiedades e frustrações, aqui vão morrendo lentamente e se alienam emocionalmente tangidas pelo imperativo da sobrevivência. Quanto ao envenenamento ambiental, este dispensa comentários pelo seu avanço avassalador e ininterrupto sobre nosso solo, nossas águas, os mares e o ar que respiramos.
Algumas observações a mais:
Gilson Dantas
O estresse derivado das condições de trabalho é crítico para a maioria das pessoas: aqui elas acumulam tensões, ansiedades e frustrações, aqui vão morrendo lentamente e se alienam emocionalmente tangidas pelo imperativo da sobrevivência. Quanto ao envenenamento ambiental, este dispensa comentários pelo seu avanço avassalador e ininterrupto sobre nosso solo, nossas águas, os mares e o ar que respiramos.
Algumas observações a mais:
Os radicais livres são um problema mas, ao mesmo tempo, também são necessários ao nosso organismo, especialmente no combate a infecções. É mais ou menos como o colesterol: somente o seu excesso é que é problemático, já que excede a capacidade de defesa do organismo gerando um estado de estresse oxidativo.
Frutas e hortaliças frescas são grandes antioxidantes e, ao mesmo tempo, são mais que isso já que estimulam o sistema imune, reduzem o colesterol e a pressão arterial e possuem atividade anti-bacteriana e anti-viral.
Um comentário sobre suplementação com anti-oxidantes (minerais, vitaminas, etc.): é sempre preferível buscar o aporte de anti-oxidantes através dos alimentos. Não se sabe muito bem o por que, mas vitaminas e sais minerais tendem a atuar bem melhor em sua forma integral (como um pacote natural) do que isoladamente. Uma fruta cítrica é preferível àquela porção de nutrientes em forma de pílula: o pacote que a fruta significa parece trazer mais benefícios. A substância isolada não atua da mesma forma que o complexo de substâncias tal como ele se encontra nos vegetais.
No vegetal (mas não na pílula) se apresentam associados nutrientes e não-nutrientes que atuam em conjunto, e cujo efeito final sobre a saúde deriva dessa agrupação de substâncias atuando de forma complexa. No entanto, este enfoque não pode, em absoluto, ser tomado mecanicamente ou simplisticamente (alguns médicos fazem isso).
Basta que se considere o seguinte argumento: sabe-se que para a boa saúde é necessário que se consuma 5 a 7 porções de frutas e legumes todos os dias ou, pelo menos duas frutas e dois legumes/dia (segundo o dr. Cooper, por exemplo): ora, nem todo mundo, por um leque de razões, consegue isso; e existe o problema dos limites: como é o caso da quantidade muito grande de um determinado vegetal que a pessoa precisaria consumir isolada ou combinadamente para obter um determinado nutriente (um exemplo é a vitamina E) dificilmente se obtém as 400 UI/dia numa dieta convencional mesmo que rica em vegetais convencionais).
Mas há outros limites, como por exemplo, as diferentes necessidades individuais e a disponibilidade nos alimentos, que é variável conforme o tipo de solo, uso de adubos, etc. Considerando tudo isto é que se pode afirmar que não é uma boa idéia ser contra a suplementação de minerais e vitaminas desde que esta obedeça aos critérios e aos necessários cuidados da boa ciência médica.
Gilson Dantas
Médico, Brasília, DF
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