Hoje fui à tribuna conclamar os integrantes do Congresso a efetivarem as reformas política e tributária que o país necessita, pois em meu entender a primeira consolidará uma democracia equivalente a dos países mais desenvolvidos e, a segunda, contribuirá para reduzir as desigualdades sociais, também provocadas por uma excessiva carga tributária.
Apesar dos aperfeiçoamentos já feitos na legislação eleitoral ordinária, podemos comprovar que, infelizmente, o poder econômico continua esmagando candidatos com menos recursos e que, ainda atuaram nessa campanha, os compradores de votos e de consciências.
Fiz questão de frisar que, pessoalmente, não tinha nada para me queixar, porque fui reeleito graças a uma escolha consciente do eleitorado sergipano, que me trouxe de volta ao Senado por basear-se para o voto exclusivamente em meu trabalho legislativo. Mas me pergunto quantos puderam ter esta felicidade, pois ainda perduraram nessa campanha os vícios e fragilidades de nossa democracia.
Serei fiel ao meu compromisso com os eleitores de continuar lutando, cada vez com mais ênfase, pelo aperfeiçoamento da democracia e por maior igualdade social. Fiz uma campanha limpa, não usei de subterfúgios, não comprei votos, não traí meus princípios e fiz minha campanha baseado no respeito aos meus eleitores, à Constituição e às normas eleitorais.
Externei minha convicção de que a candidata Dilma Rousseff será eleita para a Presidência da República e que, neste caso, o Senado e Câmara, com grande número de parlamentares de partidos aliados, terá condições de executar as reformas necessárias, ainda que sempre tenha defendido uma Constituinte exclusiva para tal.
Assegurados os direitos fundamentais previstos na Constituição, tanto para o cidadão como para o estado federativo, Legislativo e Executivo terão todas as condições de executar as reformas política e tributária, em prol de uma nação desenvolvida e justa para com seu povo.
Para mim, ao invés de leis ordinárias esparsas, são necessárias emendas que garantam na Constituição os quesitos necessários para o fortalecimento da democracia e para a concretização de um carga tributária mais justa, que contribua para reduzir as desigualdades sociais.
Acho necessário, por exemplo, que o atual voto proporcional seja substituído pelo voto distrital (50% dos votos pelo sistema proporcional e 50% pelo sistema de divisão por distrito), que prevalece nas democracias mais consolidadas do mundo, como EUA e Alemanha, por exemplo.
Também sugeri que os pequenos partidos, com doutrinas semelhantes, sejam reunidos em federações, ressalvando que isto não implicaria na extinção de suas siglas, nem de perda de autonomia ou lideranças. Ao invés de 32 partidos isolados, teríamos seis ou sete, o que provocaria uma distribuição mais justa de tempo para propaganda eleitoral e facilitaria o financiamento público das campanhas, acabando com grandes partidos, com candidatos muito ricos, que fazem com que os pequenos morram na praia.
Da forma em que está o processo para as eleições, o que se vê são candidatos a deputados nas campanhas com calculadoras na mão, calculando não como derrotar os opositores, mas seus próprios companheiros. Critiquei o coeficiente eleitoral, que permite que um candidato hilariante, carregue também consigo para o Parlamento mais três ou quatro personagens que não têm voto nem programas de trabalho.
Nós, legisladores, temos que trabalhar, fazer as reformas necessárias para tornar este país cada vez melhor e prestar contas à confiança que o povo demonstrou ao nos eleger.
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