
Lembrei ter sido Dom Eugênio Sales o precursor da Campanha da Fraternidade, pois alguns anos antes do início do Concílio Ecumênico Vaticano II, um pequeno grupo de padres recém-ordenados, sob a coordenação de Dom Eugênio, reunia-se em Natal, cada mês, para rezar e refletir sobre a Igreja e a Pastoral e daí surgiram iniciativas postas em prática com sucesso, tais como a Campanha da Fraternidade, posteriormente assumida em nível nacional pela CNBB, em 1964.
Salientei sua atuação entre os anos de 1976 e 1982, quando ele foi um grande defensor de refugiados políticos, não só do Brasil, mas também dos regimes militares latino-americanos. Nesta época foi montada uma rede de apoio aos refugiados, que lhes dava abrigo, a princípio, na sede episcopal Palácio São Joaquim, e depois em apartamentos alugados com essa finalidade. Para financiar isso, teve o apoio da Cáritas brasileira e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, até conseguir asilo político a essas pessoas em países europeus.
Usei também das palavras do Monsenhor Paulo Heroncio proferidas na homilia da primeira missa de Dom Eugênio: “ os sacerdotes são o prolongamento, a continuidade do sacerdócio de Cristo através dos tempos...os sacerdores seriam aquele novo traço de união, e, mais que isso, outros Cristos a sacrificarem-se pela salvação do mundo...Deus escolhe o sacerdote para levar o seu Filho às almas, para transmitir aos homens os segredos do seu Amor”.
E, ao encerrar minha homenagem ao sempre Cardeal Primaz do Brasil, disse que Dom Eugênio Sales foi escolhido por bênçãos de Deus e pelo seu livre-arbítrio escolheu exceder a grandeza dos anjos e transmitir aos homens os segredos do amor de Deus.
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