MEDIDAS CONTRA INFLAÇÃO NÃO DEVEM RESTRINGIR CRÉDITO RURAL


Durante a sessão de sabatina de Alexandre Tombini para presidir o Banco Central no governo Dilma Rousseff, hoje pela manhã,  na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), pedi ao candidato – aprovado pela CAE – que as possíveis medidas de contenção de crédito não atinjam o financiamento à agropecuária.

Argumentei para isto, que a alta de inflação nos últimos meses tem sido provocada pela alimentação, notadamente pela carne bovina. Hoje mesmo saiu na Folha de São Paulo, que ela atinge especialmente as pessoas de baixa renda, pois cinco das sete classes de despesas do índice que mede a inflação apresentaram acréscimos em suas taxas de variação: alimentação (1,72% para 2,62%), habitação (0,12% para 0,38%), transportes (0,02% para 0,57%), saúde e cuidados pessoais (0,06% para 0,26%) e despesas diversas (0,21% para 0,41%). E todo mundo sabe que estas despesas têm um peso maior no orçamento daqueles que tem mais baixa renda.  

Elogiei a política fiscal adotada até hoje, que proporcionou boa oferta de crédito, incentivando o setor e, principalmente, a agricultura familiar, mas manifestei minha preocupação com qualquer possibilidade de redução do volume do crédito rural. Temos que continuar acelerando nossa produção de alimentos para consumo interno, pois isso vai gerar uma oferta maior de  produtos alimentícios e, consequentemente, preços mais baixos para o consumidor.

 Tombini garantiu-me que nas reuniões do Conselho Monetário Nacional (CMN) para definição de medidas de contenção do processo inflacionário tem havido sempre uma preocupação em não afetar o financiamento rural. Espero que isto se mantenha, porque o aumento da produção de alimentos, a médio e a longo prazo, é também um grande fator de contenção da inflação.

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