O uso e consumo de agrotóxicos no Brasil é o tema da audiência pública que requeri hoje à Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA). Também fui à tribuna falar sobre minha preocupação pelo fato de o Brasil liderar o uso de agrotóxico no ranking mundial.
Nosso país consumiu, na sua última safra, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produção para a Defesa Agrícola (SINDAGE), nada menos do que um bilhão de litros de agrotóxicos. Isto equivale a um consumo anual per capita de cinco litros. Cinco litros de veneno, por ano, para cada cidadão brasileiro!
Mais de 20 entidades da sociedade civil – movimentos sociais, entidades ambientalistas e pesquisadores – lançam hoje a Campanha Permanente Contra o Uso de Agrotóxicos no Brasil. E é a essa campanha que, como líder do PSB no Senado, me associo, subscrevendo as preocupações que a mobilizam.
Não se trata de rejeitar sumariamente o uso dos defensivos, mas precisamos debater critérios, avaliar os danos já causados e estabelecer regulamentos que preservem a saúde pública.
Sou autor de um projeto de lei para estímulo à agricultura orgânica, de modo que o produtor tenha todo o apoio na produção, com redução de seus custos, para que os preços se tornem mais acessíveis à população.
Quero saber de especialistas as últimas informações sobre a utilização dos agrotóxicos no Brasil. No meu discurso, disse que o modelo do agronegócio provoca a concentração do mercado de insumos. E que, com um controle absoluto do mercado, essas empresas no mundo todo dominam os governos e impõem o seu padrão alimentar às populações.
Para obter as informações desejadas, pedi que sejam convidados para a audiência pública representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (SINTOX), da Fundação Oswaldo Cruz, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e em Defesa da Vida e da Associação Nacional de Defensivos (ANDEF).
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