DESCOBRIRAM A CODEVASF


Diógenes Brayner – plenario@faxaju.com.br

A Codevasf tem sido uma das inspirações para embates políticos acirrados em Sergipe. Só agora descobriram a Codevasf. Sobre ela há fatos que precisam ser explicados para ser entendidos. O Governo Dilma Rousseff, ao lançar  o Programa Mais Irrigação,  atribuiu à Codevasf  tarefa  ainda mais abrangente da que vinha realizando antes.

Vinculada ao Ministério da Integração Nacional, até dois anos atrás a empresa tinha toda programação de obras centralizada em Brasília. Isso enfraquecia as superintendências regionais. É que muitas de suas ações passavam por Brasília, distante das reivindicações de regiões às margens do rio São Francisco.

O ministro Fernando Bezerra, da Integração, e Elmo Vaz, presidente da Codevasf, descentralizaram a administração da empresa, dando às superintendências maior autonomia na aplicação de recursos federais.

Essa nova orientação além de promover uma integração maior com  as demandas regionais, dá uma maior celeridade à realização de obras e serviços da responsabilidade da Codefasf em cada Estado. Para o Programa Mais Irrigação, o Ministério da Integração, através da Codevasf, destinou para os perímetros irrigados de Propriá, Cotinguiba-Pindoba e Betume, em Sergipe, recursos da ordem de R$ 102 milhões.

Nunca a Superintendência Regional de Sergipe recebeu tantos recursos federais com essa finalidade. Isso se deve à política de descentralização e ao trabalho de preparação e elaboração dos projetos pelo corpo técnico da Superintendência em Sergipe, hoje coordenada por Paulo Viana. Os projetos tiveram o estímulo e apoio do senador Valadares (PSB) junto à Codevasf e ao Ministério da Integração.

As obras apontadas pela Codevasf em projetos específicos, e que foram objeto de amplas discussões há dezenas de anos para o atendimento às demandas dos parceleiros e irrigantes, se voltam principalmente para o conserto de bombas, aquisição de novas bombas, reconstrução dos canais de irrigação,  construção de estradas vicinais a paralelepípedos (em convênio com o governo do Estado) nos principais eixos de escoamento da produção, máquinas secadoras de arroz e equipamentos de suporte à operação dos perímetros.

As licitações já começaram a ser feitas. Até o final de julho todas estarão sendo procedidas para a realização das melhorias tão esperadas. Lá em Betume cerca de 30 quilômetros de canais que estavam destruídos pela ação do tempo já foram reconstruídos pela Codevasf, e a água desliza clara e mansamente para dar sustentação hídrica à produção dos irrigantes.

Depois que os investimentos previstos forem realizados para revitalização dos perímetros a região do Baixo São Francisco será outra. Haverá um substancial aumento da produção de arroz, contribuindo para a melhoria da economia local, gerando riqueza e proporcionando oportunidade de milhares de empregos. O Baixo São Francisco sairá de uma situação endêmica de pobreza que tem se perpetuado ao longo dos anos, para um nível de desenvolvimento capaz de contribuir para a  melhoria das condições sociais da gente ribeirinha como um todo.

Pode-se dizer que os investimentos da Codevasf para revitalizar por completo os perímetros de irrigação do Baixo São Francisco serão a verdadeira redenção da economia dos municípios que integram essa área do território sergipano.

O debate em torno dos problemas regionais é salutar. Porém, a política partidária, e as movimentações visando transformar isso em discurso eleitoral [ou eleitoreiro] não ajudam em nada e prejudica a população que vive do que produz às margens do Velho Chico.

E é bom repensá-lo sempre que for motivo para embates de caráter político pessoal.

Essa discussão de todas as formas atrapalha a ação positiva dos que trabalham para transformar e viabilizar uma região que empobreceu e que precisa atingir os seus objetivos, saindo definitivamente do marasmo em que se encontra.  Os projetos para a área trarão riqueza e aumento do mercado de trabalho entre os ribeirinhos, que aguardavam há mais de 40 anos pela revitalização de seus perímetros irrigados.

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