O senador Antonio Carlos
Valadares (PSB-SE) falou, nesta tarde, no Plenário sobre a greve dos
caminhoneiros e suas consequências para o País. Para ele, o cenário atual
revela o despreparo e a incapacidade do governo Temer, que não agiu de forma
eficiente e com a rapidez necessária para evitar os efeitos da paralisação.
“Se tivesse agido com o
mínimo de previsibilidade e menos prepotência, teria evitado a greve e a
consequente interrupção das principais rodovias, o que gerou o desabastecimento
de combustível, de alimentos, de remédios, e travou o transporte de
passageiros”, disse.
Valadares acredita que a
saída do governo foi artificial e paliativa, pois não muda a política de
composição de preços. “Empurra com a barriga o problema e coloca novamente a
crise na conta do trabalhador. Além de não resolver a situação para dos
consumidores que, insisto, continuarão a pagar valores abusivos no gás de
cozinha e na gasolina”, ressaltou.
Segundo o senador, estava
claro que não haveria fôlego para sustentar esta política de preços livres,
vinculada à cotação do petróleo no mercado internacional, em alta constante, e
sem proteção para o consumidor.
“Os aumentos do combustível
e seus derivados, muito acima do que o brasileiro pode suportar, revelam a
maldade do governo e sua obediência cega às exigências do mercado. Desde julho
do ano passado, as correções diárias estrangulam a população. Somente nos
últimos 30 dias, segundo o Dieese, a Petrobras reajustou a gasolina e o diesel
nas refinarias 16 vezes”, informou.
O senador acredita que a
solução é estrutural. “A Petrobras deve adotar seu poder regulador, instituir
uma política de preços com maior previsibilidade e mais próxima do compromisso
com o desenvolvimento da Nação. Penso se não poderia usar parte da
lucratividade já retomada para criar um mecanismo capaz de minimizar o impacto
do preço nos momentos de alta considerável no mercado internacional. Valor que
retornaria à empresa, de forma diluída, nos momentos de baixa. Criar uma
espécie de colchão de proteção da sociedade, parte da missão de uma empresa
pública”, explicou.
Valadares ressaltou que a
paralisação coloca em pauta outras questões fundamentais, como a matriz
energética brasileira e a ampliação dos modais, tendo em vista as limitações da
logística do transporte no país, baseada na malha rodoviária. “Além disso,
reforça a urgência da postergada reforma que reduza e torne mais justo o atual
modelo tributário, que hoje sufoca o empresariado e o contribuinte”,
acrescentou.
Para o senador, o momento
é de trabalhar para atenuar a crise. “Precisamos evitar que ela se estenda para
outros setores vitais de economia, produzindo
o retorno da escalada inflacionária que sacrificaria ainda mais o povo
brasileiro”, disse.
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