
Por todos esses motivos apresentei hoje projeto de lei que autoriza o Executivo a criar o Programa de Apoio aos Pequenos e Médios Produtores de Laranja e que se denominará PROAP Laranja. O projeto prevê uma série de medidas de amparo aos produtores, entre elas a ampliação do acesso dos pequenos e médios produtores aos mecanismos de crédito bancário, assistência financeira para fins de implantação dos pomares e também de custeio das safras e incentivo aos sistemas orgânicos de produção.
Pela minha proposta, o Poder Executivo, por meio de suas agências de comunicação desenvolverá intensa campanha educativa, em redes de TV e de rádio, com o objetivo de aumentar o consumo de laranja pelos benefícios da fruta como alimento funcional para a saúde dos consumidores, também estimulando o exercício da medicina preventiva via alimentação.
Com o projeto quero assegurar a inserção competitiva dos pequenos e médios produtores no mercado. Para tal o Executivo terá ainda que incentivar a formação de mecanismos de integração da cadeia produtiva, envolvendo o setor agroindustrial; desenvolver alternativas de escoamento e armazenamento da produção; incentivar iniciativas de verticalização da produção pela via associativismo de produtores; prestar assistência técnica especializada, com foco na geração de renda do produtor; melhorar as condições educacionais dos pequenos produtores e de seus dependentes; instituir e ampliar o treinamento profissionalizante e prestar assistência para o uso sustentável dos recursos naturais.
Quero ainda que sejam repactuados os contratos firmados por pequenos e médios produtores de laranja que contenham previsão de juros fixados com base na TJLP, com a exclusão desse índice e com efeito retroativo ao termo inicial de vigência do contrato.
As medida são extremamente necessárias porque o setor passa por dificuldades de comercialização. A relação estoque e demanda da Flórida, nos EUA - segundo maior produtor mundial, perdendo apenas para o Brasil, que tem uma produção de 18,2 milhões de toneladas – cresceu 70,6%em 2008, gerando um enorme desequilíbrio no mercado. E na contramão do aumento dos estoques está uma acentuada queda na demanda mundial, cerca de 20% nos últimos oito anos, o que deprecia ainda mais os preços.
As perspectivas para o setor não são favoráveis, pois a crise econômica tem retraído a demanda externa por suco de laranja, principal destino da maior parte dos citros produzidos no Brasil. Além disso, o processamento e grande parte da produção de laranja estão concentrados nas mãos de poucas empresas, que impõem seus preços aos produtores. .
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