OSTEOPOROSE, CÁLCIO E PREVENÇÃO

Prevenção é a palavra-chave quando o assunto é perda óssea, isto é, perda óssea que conduza a problemas ou riscos clínicos, que é, por definição, a osteoporose. (A definição específica de osteoporose é a que fala em diminuição absoluta da quantidade de osso e desestruturação da sua micro-arquitetura levando a um estado de fragilidade em que podem ocorrer fraturas após traumas mínimos).

Basta que se leve em conta quais são os fatores que produzem a osteoporose para que se veja o quanto eles deve ser atacados na esfera da prevenção.

O primeiro deles é o sedentarismo. O único “remédio” contra o sedentarismo obviamente é caminhar. Ou pelo menos caminhar. Caminhar significa pressionar os ossos da perna (no contato com o chão, com a mediação da força da gravidade), pressionar os ossos em geral e por aí se evita a saída de cálcio dos ossos.

O sol: alguns minutos de sol no início da manhã são o suficiente, já que sem esta exposição ao sol não há como fixar o cálcio nos ossos. Novamente não há outro remédio: é preciso se expor saudavelmente ao sol e por curto tempo (para evitar os efeitos daninhos do sol na pele e no nosso foto-envelhecimento). O sol ativa a vitamina D3 e por essa via se processa a fixação de cálcio nos ossos.

Uma alimentação muito pobre em proteínas é outro problema: ela tem efeito negativo sobre os hormônios sexuais e, por essa via, pode levar à perda de cálcio nos ossos. (Lembrando aqui que o contrário também é daninho: o consumo de excesso de carne, de proteínas). Por outro lado, uma alimentação pobre em vitaminas K, B6, B12 (caso dos vegetarianos) e ácido fólico, assim como em manganês e boro, levará a uma dificuldade em fixação de cálcio nos ossos.

Finalmente: a exposição a metais tóxicos expulsa cálcio dos ossos. Metais como alumínio, zinco, chumbo, bário, são todos eles antagonistas do cálcio, seu efeito é negativo. Também o ferro expulsa cálcio do organismo. Embora o ferro seja absolutamente necessário, seu consumo um pouco acima do necessário tem efeitos contra os ossos e também contra o coração.

Estes são alguns elementos – apenas para início de conversa já que existem outros – para o debate sobre prevenção da osteoporose.

E aqui não se pode confundir uma coisa: osteoporose é um desequilíbrio do cálcio no organismo. Na osteoporose, o cálcio está faltando nos ossos mas está em excesso em outros lugares do organismo.

 Osteoporose não é carência de cálcio, esta não é sua definição. Antigamente é que se pensava assim e por conta desta idéia muita gente consumia cálcio (ingeria cálcio em excesso) e dessa forma se dava mal, padecia dos efeitos do excesso de cálcio no organismo: bursite, tártaro nos dentes, cálculos renais mas também, em casos extremos a tragédia de infartos e derrames. O motivo, neste caso, é que o cálcio em excesso irá endurecer os vasos sanguíneos depositando-se nas suas paredes, podendo produzir pressão alta e arteriosclerose.

Gilson Dantas

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