Em relação as causas do câncer de próstata, estamos diante de um tema que continua em aberto ou sob ampla discussão no meio médico-científico. Já há, no entanto, muitos dados e considerações positivas, afirmativas.
Uma delas, da qual amplos setores médicos estão convencidos, é a de que “todo homem nasce programado para ter câncer de próstata, uma vez que carrega em seu código genético os chamados “proto-oncogenes”, que dão a ordem para uma célula normal se transformar em outra maligna (isso acontece em todo o corpo, mas na próstata, se manifesta de forma mais acentuada).
Esse fenômeno só não ocorre indiscriminadamente porque a função dos proto-oncogenes é antagonizada por outro grupo de genes protetores, chamados de “supressores”. Este é um ponto. O outro, bem mais importante do ponto de vista da nossa vida diária e dos nossos hábitos, vem a ser o de que a gênese do câncer de próstata conta com a ajuda, às vezes decisiva, de certos fatores de risco: o fato de alguém na família já ter morrido desse câncer, a raça (os negros apresentam mais câncer de próstata que os brancos), o meio ambiente (pouca exposição ao sol parece levar a mais câncer de próstata), alimentação (muita gordura animal, pouca soja, pouca vitamina D, etc.).
Esse câncer é mais comum em certos países e menos em outros, o que parece ter a ver, dentre outras coisas, com dieta e exposição ao sol. A taxa de câncer de próstata é bem mais alta na Noruega, e baixa no Japão (mas já não é baixa nos japoneses que vão para os Estados Unidos, por exemplo).
Em outras palavras: estudos e a experiência têm mostrado que alguns cuidados preventivos podem e devem ser tomados. Especialmente no campo da alimentação, da exposição ao sol, do exercício físico e da atividade sexual (razão de ser da próstata). Alguns dados importantes: já se sabe que o selênio (presente na castanha do Pará) e a vitamina E são importantes para a próstata.
Além da vitamina D (exposição regular ao sol para sua síntese se processar), alimentos como o tomate (pela presença de licopeno, que também está na goiaba e na melancia), brócolis, cenoura, soja, feijão, batata, abóbora, espinafre, alface, aspargo, e ervilha são importantes. Da mesma forma, é importante uma dieta não muito rica em gordura animal (não mais que 15% do total de calorias diárias).
A atividade física (3 horas/semana) tem seu papel comprovado na redução dos sintomas de uma próstata crescida. Certamente alguns desses hábitos terão efeito se já vierem desde o início da vida adulta ou até da adolescência, outros, se iniciados tardiamente, só poderão ter efeito algum tempo depois de instalados.
Nenhuma daquelas medidas de prevenção substitui de maneira alguma, o exame anual da próstata (toque+exame sangue) seja porque inexiste prevenção reconhecidamente segura e eficiente, seja porque nós homens estamos programados para manifestar essa doença traiçoeira.
O grande cuidado ou a grande vigilância continua sendo portanto: para tentar evitar que o câncer, uma vez instalado, vá além da próstata, é imperativo o toque e o exame de sangue anual após os 50 anos (ou depois dos 40, se há casos na família). Um dos maiores argumentos em favor desta rotina: o câncer de próstata pode ficar 100% assintomático até invadir o corpo (chegar aos ossos, ao pulmão). Se não for descoberto antes de sair da próstata e invadir o organismo o tratamento será terrível (em seus efeitos colaterais) e de valor duvidoso.
Gilson Dantas
Médico, Brasília, DF
Uma delas, da qual amplos setores médicos estão convencidos, é a de que “todo homem nasce programado para ter câncer de próstata, uma vez que carrega em seu código genético os chamados “proto-oncogenes”, que dão a ordem para uma célula normal se transformar em outra maligna (isso acontece em todo o corpo, mas na próstata, se manifesta de forma mais acentuada).
Esse fenômeno só não ocorre indiscriminadamente porque a função dos proto-oncogenes é antagonizada por outro grupo de genes protetores, chamados de “supressores”. Este é um ponto. O outro, bem mais importante do ponto de vista da nossa vida diária e dos nossos hábitos, vem a ser o de que a gênese do câncer de próstata conta com a ajuda, às vezes decisiva, de certos fatores de risco: o fato de alguém na família já ter morrido desse câncer, a raça (os negros apresentam mais câncer de próstata que os brancos), o meio ambiente (pouca exposição ao sol parece levar a mais câncer de próstata), alimentação (muita gordura animal, pouca soja, pouca vitamina D, etc.).
Esse câncer é mais comum em certos países e menos em outros, o que parece ter a ver, dentre outras coisas, com dieta e exposição ao sol. A taxa de câncer de próstata é bem mais alta na Noruega, e baixa no Japão (mas já não é baixa nos japoneses que vão para os Estados Unidos, por exemplo).
Em outras palavras: estudos e a experiência têm mostrado que alguns cuidados preventivos podem e devem ser tomados. Especialmente no campo da alimentação, da exposição ao sol, do exercício físico e da atividade sexual (razão de ser da próstata). Alguns dados importantes: já se sabe que o selênio (presente na castanha do Pará) e a vitamina E são importantes para a próstata.
Além da vitamina D (exposição regular ao sol para sua síntese se processar), alimentos como o tomate (pela presença de licopeno, que também está na goiaba e na melancia), brócolis, cenoura, soja, feijão, batata, abóbora, espinafre, alface, aspargo, e ervilha são importantes. Da mesma forma, é importante uma dieta não muito rica em gordura animal (não mais que 15% do total de calorias diárias).
A atividade física (3 horas/semana) tem seu papel comprovado na redução dos sintomas de uma próstata crescida. Certamente alguns desses hábitos terão efeito se já vierem desde o início da vida adulta ou até da adolescência, outros, se iniciados tardiamente, só poderão ter efeito algum tempo depois de instalados.
Nenhuma daquelas medidas de prevenção substitui de maneira alguma, o exame anual da próstata (toque+exame sangue) seja porque inexiste prevenção reconhecidamente segura e eficiente, seja porque nós homens estamos programados para manifestar essa doença traiçoeira.
O grande cuidado ou a grande vigilância continua sendo portanto: para tentar evitar que o câncer, uma vez instalado, vá além da próstata, é imperativo o toque e o exame de sangue anual após os 50 anos (ou depois dos 40, se há casos na família). Um dos maiores argumentos em favor desta rotina: o câncer de próstata pode ficar 100% assintomático até invadir o corpo (chegar aos ossos, ao pulmão). Se não for descoberto antes de sair da próstata e invadir o organismo o tratamento será terrível (em seus efeitos colaterais) e de valor duvidoso.
Gilson Dantas
Médico, Brasília, DF
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