Ontem fui à tribuna solidarizar-me com os jornalistas e estudantes de comunicação social, que estão preocupados com o impacto que será causado em suas vidas com a decisão do Supremo Tribunal Federal de dispensar a exigência de diploma para os profissionais desta área.
Não quero aqui contestar uma deliberação da Suprema Corte, que foi obtida por 8 votos a 1 (apenas o ministro Marco Aurélio votou contra), mas estou incomodado com o impacto que ela acarretará na carreira daqueles que investiram muito para estudar e obter seus diplomas.
É a condição de atropelo social que me preocupa, notadamente nos estados mais pobres, onde os jornalistas são mais pressionados pelo poder econômico, porque as grandes empresas de comunicação, dos estados mais ricos da federação, para fornecer boas notícias, vão continuar querendo os melhores jornalistas e a situação não deverá alterar-se para os profissionais.
Mas me pergunto se em um estado mais pobre, um estudante de 1º ou 2º grau, que seja amigo do dono do jornal, ou da rádio, ou da televisão, não será convocado para trabalhar por um salário mais baixo, em detrimento de um jornalista formado, porque o Supremo dispensou o diploma?
Conversei com muitos jornalistas dos grandes jornais, como Folha, Estadão, O Globo, entre muitos outros, e também com os do meu Estado de Sergipe. A preocupação de todos é muito grande. Há também muitas manifestações de estudantes por todo o país. Há um verdadeiro clamor contra a dispensa do diploma para os jornalistas.
Isto me causou grande inquietação. Vou apresentar uma proposta de emenda constitucional em defesa da democracia e do jornalismo brasileiro. Tão logo a apresente, vou requerer uma audiência pública com representantes dos estudantes, das associações e federações de jornalistas e também da Ordem dos Advogados do Brasil, para juntos encontrarmos a melhor solução para o impasse.
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