A pele é o maior órgão do nosso corpo. A exposição ao sol, principalmente ao sol das 10 às 16 horas é a maneira mais importante e mais fácil de torná-la mais envelhecida e também de provocar determinadas doenças cutâneas. E isto por uma simples razão: a causa mais importante de envelhecimento da pele – além da cronológica – é a exposição à luz do sol; da mesma forma a causa mais importante do câncer de pele é também a exposição ao sol.
Moderadamente – por dez a vinte minutos por dia – o sol é essencial para a produção da vitamina D na pele e conseqüente combate à osteoporose. Fora disso o sol implica em foto-envelhecimento da pele, sobretudo em pessoas de pele clara.
A pele envelhecida, ou melhor, foto-envelhecida, é aquela que acumula os danos da exposição ao sol; estes danos são facilmente percebidos ao compararmos, na mulher, por exemplo, a pele da mama (protegida do sol) com a pele do tórax na parte mais exposta ao sol, próxima do pescoço: esta é mais áspera, apresenta manchas, perda da elasticidade (endurecimento) e enrugamento.
O responsável por esse efeito devastador e também pelo câncer de pele é um tipo de radiação ultravioleta, os raios UV-B, que são apenas pequena parte dos raios que alcançam nossa pele (apenas 5% já que o restante é UV-A) e justamente a parte dos raios ultravioleta que penetra mais superficialmente na pele. Mesmo sendo os que penetram menos, são os que têm capacidade de queimar, produzir câncer e foto-envelhecimento.
O protetor solar (FPS: fator de proteção solar), não importa se 15, 30 ou 60, bloqueia apenas parcialmente estes raios que alcançam a camada mais externa da pele (os UV-B). Certamente os danos do sol à pele dependem da susceptibilidade da pele da pessoa. Não provocam o mesmo tipo de estrago em todo mundo. As pessoas mais atacadas por esses raios mais superficiais – e, mais passíveis de ter câncer de pele – são aquelas de pele e cabelos claros, olhos azuis e/ou com história de exposição excessiva ao sol.
Pegar cor. Eis aqui um mau negócio. O bronzeado é a resposta da pele - através da produção do pigmento melanina - a uma lesão (queima) provocada pelo sol. E tem certo efeito que é cumulativo, ao longo da vida. Tomar sol para pegar cor significa queimar a pele em alguma medida, por efeito daqueles raios UV-B, os que nos atingem mais superficialmente.
Exposta ao sol, a nossa pele começa a produzir aquele pigmento como auto-defesa para nos proteger de outros danos. O papel do pigmento melanina é o de absorver a radiação para proteger a pele. Os negros estão bem mais protegidos já que sua produção desse pigmento escuro é maior por conta da cor da pele. Mas os demais tipos de pele – quanto mais clara pior - estão mais desprotegidos e, além disso, têm um limite na produção de melanina quando vão ao sol. Uma vez alcançado este limite de produção de melanina, a cor dessa pessoa chegou ao máximo; ficar mais tempo no sol não vai significar mais cor e sim mais destruição da pele.
Por último, a região onde se está: quanto maior a altitude da região onde a pessoa se encontra, quanto mais alta em relação ao nível do mar, pior para sua pele: mais intensa será a radiação ultravioleta que atinge a pessoa. Igualmente em relação à linha do equador: quanto mais perto dela, mais danos à pele ocorrerão porque ali o sol é mais potente (exemplo: o Nordeste do Brasil).
Gilson Dantas
Médico, Brasília, DF
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