Tenho procurado manifestar a minha preocupação nos últimos meses com os rumos da política no meu Estado.
Para alguns Sergipe está imune à crise que atinge em cheio as finanças dos Estados e Municípios brasileiros. A renúncia fiscal da União feita para debelar a crise econômica mundial, e que alcança todo o Brasil, dispensando o IPI, que compõe a receita do FPE e do FPM, deixou os nossos entes federados praticamente de cofres vazios.
Como consequência da crise, que é real e não é fictícia, dificuldades de toda ordem acontecem, enfraquecendo a ação do poder público para poder cumprir os seus deveres institucionais.
Daí o frágil atendimento nos serviços básicos, o atraso no pagamento a fornecedores, impossibilidade de recomposição salarial, desemprego e retração econômica. São alguns dos ingredientes amargos que a população é obrigada a deglutir, gerando revolta e descrédito quanto à atuação daqueles que governam.
Infelizmente há os que torcem e agem em favor de uma política de terra-arrasada.
A conclusão de todos os analistas financeiros e econômicos é que a crise é séria. Será preciso comunhão de esforços e vontade política para superá-la. Para a sua solução o radicalismo é contraproducente.
Querer alguém tirar proveito político de uma situação como essa é torcer pelo caos. Em tal cenário ninguém está ganhando, ou levando vantagem, mas com certeza o maior perdedor é o povo.
Morrerei batendo na mesma tecla: como, diante de uma realidade tão grave, o Estado de Sergipe seja o único a dispensar uma injeção de recursos da ordem de R$ 700 milhões em nossa economia?
Só o Senador Eduardo Amorim (PSC) que se mantém numa posição frontal à aprovação do Proinveste, tem justificativas estranhas e inaceitáveis para um parlamentar que foi eleito para defender Sergipe.
Antonio Carlos Valadares
Senador da República
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